UX Writing

Julia Duarte
3 min readMay 28, 2021

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O que é e por onde começar

Um legado positivo desses tempos de pandemia (se é que se pode dizer uma coisa dessas) são os eventos online. Só essa semana participei de quatro encontros! Um deles foi o “UX Writing com sotaque nordestino”, organizado pela CESAR School. A ideia era reunir profissionais da área nascidos no nordeste para falar sobre a carreira, além de ressaltar que essa região do Brasil não é só um destino turístico, mas um rico campo de trabalho e estudo.

O cronograma envolvia duas palestras inciais, com Nataly Lima e Júlio Lira, seguidos por uma mesa redonda, liderada pelo percursor da área no Brasil, Bruno Rodrigues.

Infelizmente, por conta do horário, não consegui assistir a mesa redonda. A Nataly e o Júlio fizeram uma excelente introdução sobre o que é esse tal UX Writing e como começaram na profissão. Segue o que aprendi com eles.

O que é UX Writing?

Sim, tem a ver com escrita! Mas está muito mais relacionado ao design de experiência do que ao texto literário.

O UXW trabalha em parceria com os designers, desenvolvedores, project managers e qualquer outro profissional envolvido num determinado projeto. Ele participa de todas as etapas e deve entender a estratégia do negócio.

Ele deve ter em mente sempre esses pontos-chaves:

  • o que
  • para quem
  • como
  • onde
  • porque

Através do texto e do microtexto, o UXW guia e instrui o usuário de um produto ou serviço. Então não se engane! Quando um texto aparecer em um aplicativo, ele não está ali por acaso. Alguém pesquisou a fundo qual(s) a(s) melhor(res) palavra(s) para aquele campo.

“O UX Writing tem mais a ver com ouvir do que com escrever. ‘É entrar no universo semântico das pessoas’”, Nataly Lima

Essa pesquisa está diretamente relacionada ao processo de UX Design e aos conhecimentos de psicologia cognitiva. Esse profissional é um intérprete dos clientes e tem como objetivo incluir todo usuário.

Alguns exemplos de entregáveis de um UXW.

  • Guia de redação do produto
  • Dicionário de Vocabulário Controlado (palavras usadas para falar com o cliente)
  • Glossários (termos internos da empresa)
  • Construção e revisão textuais de telas de fluxo

Esses documentos são vivos. Vão mudar com o tempo e com o uso do cliente.

Como me tornar um UX Writer?

Essa é uma área nova que surgiu da necessidade do mercado. Não há uma formação específica para o UXW, mas há muitas opções de cursos e livros sobre o tema.

Não basta dominar o português (ou qualquer outra lingua), mas saber qual palavra vai guiar melhor o usuário durante a jornada pelo produto. Para isso, é importante sair da nossa “bolha”. É nessa hora que entram os conhecimentos de processos de design e pesquisa.

Em outras palavras, não importa a sua formação original, se você quer ser um UXW estude e faça networking!

Mas como?

Nataly e Júlio deram algumas dicas para os primeiros passos na transição de carreira.

  1. Tenha repertório

Leia, se informe e acumule referências.

Um dos repositórios mais completos (e em português!) é o da Paula Volker.

2. O UXW é colaborativo — compartilhe e use a comunidade!

O grupo no Telegram da comunidade de UXW é super ativo. Lá tem sempre troca de ideias, dicas de cursos, leituras e jobs.

3. Absorva, crie e compartilhe processos

Crie um portfólio.

“Ah, mas eu nunca trabalhei na área!”

OK. Crie um projeto para um produto que você gostaria de melhorar. Qualquer um! E, quem sabe até, apresente o projeto para a empresa e consegua seu primeiro job?

Importante!

Mais do que mostrar o resultado final, no portfólio conte sobre o seu processo de trabalho.

4. Coloque o UXW debaixo do guarda-chuva da pesquisa

Em UXW não existe um certo e errado. Existe o que funciona para o usuário. Pode ser que as necessidades desse usuário mudem com o tempo — aí o UXW vai mudar também.

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Julia Duarte

Multitasking project manager, bookworm, and amateur triathlete.